19 de maio de 2008

DESAFIOS DELEUZEANOS

cena video-dança arte, bioidentidades em evidência


Deleuze deixou vários desafios (sim, a cauda é longa) para os deleuzeanos, entre outros: a) busca incessante pelo acontecimento; b) as reais transfigurações de linhas de fugas desterritorializantes; c) a sedução midiática de corpos com órgãos; d) a captura e a emergência de diferenças e repetições; e) a constituição identitária dos sujeitos, a "bioidentidade" – o impressionante domínio da árvore em todo pensamento e fazer ocidental – ou seja, viver e conjugar o verbo rizomar.

Numa simples cena de vídeo-dança, identificamos a síntese de todos esses desafios, segue-se a análise baseada no modelo paradigmático do autor.

Observamos que esse funk, um acontecimento musical popular dançante, altamente rizomático, nunca visto por Deleuze, evidencia as diferenças e repetições existentes na sociedade contemporânea pós-modernéssima. Os movimentos dos dançarinos, inscritos num território delimitado (no caso, o quadrado) é negado diante da sedução midiática do ritmo musical. Os corpos com órgãos constroem linhas de fugas dos territórios demarcados, afetados pelo ritmo da música, mas principalmente pelas evidência de signos, figuras e eventos contemporâneos como o Saci, Claudinho Bochecha, Zidane, Cowboy, Matrix, Robinho, as olimpíadas Pan-americanas, Cicareli, o Sol, etc - uma verdadeira constelação de bio-identitidades, todos pertencentes a não-lugares. Assim, os paquitos em seus percalços, negam o metro como medida e preparam a aceitação de uma nova medida, gestando uma indefinição criadora, uma espécie muito particular de negatividade...


Um comentário:

Anônimo disse...

ado, ado, cada um com seu quadrado, uhuuh