primeira conexão entre o porco e o homem-aranha
Uma cena especial de um filme tem me chamado a atenção, particularmente pelo entrecruzamento das várias leituras realizadas em ambiente de rede. Como ensinam Deleuze e Guattari "todo ambiente é vibratório", destaco assim a vibração presente na abordagem imagem-afecção e na invenção de novos gestos sugeridas a partir de um bicho de estimação, no caso um porco-aranha.
A re-invenção do porco-aranha: a síntese de um porco (animal terrestre, mamífero) uma aranha (animal artrópode) e uma trilha musical do personagem de Stan Lee e Steve Ditko, o Homem Aranha (Marvel Comics).
Uma re-invenção dentro da multiplicidade vivida pois, ao mesmo tempo em que o Porco-aranha do filme simboliza outros signos cristalinos da Marvel - o original Porco-Aranha criado por Tom de Falco e Mark Armstrong, uma paródia do Homem-aranha, claro - e para além disso, uma re-criação de um ícone pop que segue no sentido de des-criar o real, de resistir ao fato que lá está, impedindo que o medium desapareça naquilo que nos dá a ver, nesse movimento que vai da coisa representada à sua representação.
De sua performance gráfica original publicada em suporte impresso (em 17 raras revistas) às suas atuais aparições na cena mídia-arte, um plano de reflexão concentra-se e se expande em torno da questão “o que é uma imagem-afecção em ambiente vibratório de rede?”
Mesmo estando o Porco-Aranha do filme inserido em um não-lugar de passagem peculiar aos animais de estimação - lembro que essa é uma obra de ficção, de estética diferenciada como pode-se observar também na genial e premiada película italiana Porcos com asas - toda a meditação suscitada no momento de sua fruição acompanha uma crítica permanente, uma desmontagem das redes de discurso e significação que investem as imagens nos seus diferentes modos de aparecer.
Enfim, essa narrativa fílmica pode nos proporcionar diversas e possíveis matizes de leituras sobre a permanência desses animais que habitam o planeta e que também sobrevoam a nossa a cultura cinematográfica contemporânea.
a conferir em um lugar de passagem mais próximo desse blog, também em versão original.
sugestões rizomáticas:
na música: CD Animals (Pink Floyd), faixa Pigs;
na literatura: Porci con le ali - Lidia Ravera e Marco Radice;
para ler e esquecer: Cinema 1 - A imagem em movimento e
Cinema 2 - A imagem-tempo (Gilles Deleuze)

2 comentários:
simplesmente o máximo essa análise do porco-aranha... heheheh
porco-aranha, porco-aranha, nunca bate, só apanha ...
(como diria o rizomático didi-mocó-sonrisal-colesterol)
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