6 de junho de 2008

O FABULOSO GERADOR DE DISCURSOS DELEUZIANOS

Vale acessar: http://www.geocities.com/padrelevedo/lerolero/lerolero.html

Você se torna o próprio Deleuze!!!

Rapadura é doce, mas não é mole, mas pode ser deleuziana



“A sacarose extraída da cana de açúcar, que ainda não tenha passado pelo processo de purificação e refino, apresentando-se sob a forma de pequenos sólidos tronco-piramidais de base retangular, impressiona agradavelmente ao paladar, lembrando a sensação provocada pela mesma sacarose produzida pelas abelhas em um peculiar líquido espesso e nutritivo. Entretanto, não altera suas dimensões lineares ou suas proporções quando submetida a uma
tensão axial em conseqüência da aplicação de compressões equivalentes e opostas”.

Este discurso foi proferido por um Deputado do tucanato quando defendia o uso da rapadura no lanche escolar.

Concluímos que o tucanês é uma forma de discurso deleuziano, por conseguinte todo deleuziano é no fundo PSDEBISTA....

Cyberfeminismo: mulheres net-ativas dão um frescor à rede





5 de junho de 2008

COREOGRAFIAS

vídeo-dança evoca Deleuze... sentimos falta de algo mais artístico, sensual, ou sincrônico...




...daí, sugerimos à coreógrafa deleuzeana que observe princípios elementares da arte de dançar.




31 de maio de 2008

ENTREVISTA


A equipe de Dilatando o Tempo entrevistou, por ocasição do 2º. Encontro Latino-americano de Esquizoanálise, o nômade pensador Roberto Carlos Veloso, PhD, estudioso de Deleuze e Guatarri. Licenciado em Psicologia pela UFC, Mestre em Educação pela PUC - RJ, Doutor em Ciências da Comunicação pela USP - com sanduíche em Ball State University e pós-doutor na Université Paris V - René Descartes. Atualmente é professor visitante da University of Alberta e Mcgill University no Canadá.

Gato Félix: Deleuze afirmou: “O problema, para a sociedade, é o de parar de vazar.” Qual o sentido real da expressão “parar de vazar”?
RCV: Um quadrado pode melhor explicitar a expressão: um quadrado é diferença por natureza. É pura diferença, diferença em si. É um território de multiplicidades, de disseminação de saberes e encontros diversos e variados, de composições caóticas, de flutuações perigosas, de contágios incontroláveis, de acontecimentos insuspeitados. Um quadrado é, por natureza, rizomático, porque é território de proliferação de sentidos. Apesar de tentativas de controle, de áreas demarcadas e opiniões sobre como evitar a desorganização em um quadrado, tudo pode vazar e escapar.

Zara: Porque a intervenção urbana é centro de interesse de deleuzeanos?
RCV: A intervenção urbana dialoga com o devir da cidade pois introduz desvios poéticos, questionamentos sexuais, sociais, políticos ou estéticos oferecendo o que faz falta na arte contemporânea. Utilizando-se dos códigos da hiper-super-realidade-saturada-pós-moderna, artistas e coletivos nômades promovem ações e interferências criativas absurdas ou surreais, que podem desaparecer rapidamente, fazem a verdadeira transgressão com a ferramenta-arte.
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Edileuza: Qual a melhor definição para cyberfeminismo?
RCV: O cyberfeminismo é uma prática pós-feminista na rede. O cyberfeminismo é a grande esperança na construção de uma nova ordem, pois põe em evidência a questão de gênero e identidades. É um território tecnológico e ao mesmo tempo trans gênero e, portanto, político. Rompe com o domínio masculino no cyberespaço, pois as mulheres net-ativas dão um frescor à rede. Despudoradas, transformam-se em iconoclastas frente aos princípios do feminismo clássico em todo o ambiente virtual, desenhando uma nova cartografia da relação corpo-potência. Ou seja, queimar sutiãs é coisa do passado.

Edileuza: han-rammm...

O eu é o outro: levanto a discussão deleuzeana sobre imagem-movimento, imagem-tempo, o que pode a imagem?
RCV: Uma imagem em movimento, articulada com outra imagem em movimento, impõe aos nossos sentidos várias questões. Vertov instaurou uma ordem cinematográfica na contramão de seu próprio tempo. Diferentemente de Vertov, os cineastas capitalistas transformam imagens em mercadorias. Eles não acreditam na potência da articulação das imagens, não discutem com o espectador. Esquecem o valor de montagem em Vertov, que faz emergir no espectador uma consciência da imagem. Nós, como espectadores somos um campo de possibilidade de afetar e de ser afetado por imagens, e não sabemos o quanto podemos afetar e ser afetados. Mas tudo é sempre uma questão de experimentação. A imagem pode tudo, mas essa potência-imagem necessita de um laboratório experimental de imagens, não da venda de clichês do cinema comercial. Mas existem grupos que estão, como Vertov esteve em seu tempo, na vanguarda, na contramão do cinema comercial. Ninguém detém a câmera-olho! Ela segue experimentando por todos os espaços inauditos, quer seja em escolas de audiovisual, em grupos de jovens que com suas câmeras experimentam incessantemente o devir das imagens, etc...

Zara: Então, como preencher esse poder de afetar e ser afetado?
RCV: Somos um corpo sem órgãos, somos um grau de potência, definido por nosso poder de afetar e de ser afetado, e não sabemos o quanto podemos afetar e ser afetados, é sempre uma questão de experimentação. Não sabemos ainda o que pode o corpo. Deleuze insiste: ninguém sabe de antemão de que afetos é capaz, não sabemos ainda o que pode um corpo ou uma alma, é uma questão de experimentação...

27 de maio de 2008

TRADUTOR


Em respeito ao leitor, tento traduzir alguns verbetes rizomáticos utilizados neste blog.
Alerto que são aproximações, pois tudo é carregado de sentidos imprecisos, no rol das palavras e termos deleuzeanos.
Foram consultadas expressões e palavras utilizadas no Ceará, estado de maior número de deleuzeanos afetados, e em São Paulo e Rio de Janeiro - estados de maior número de deleuzeanos sabidos que viajam para o Ceará, em missão colonizadora.
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Acontecimento: parada, já é, fuxico
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Arte contemporânea: marmota
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Cafetinagem: queima raparigal
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Coletivo: curriola, magote
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Desterritorializar: tirar os calços
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Devir: peleja
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Empirismo: miolo de pote
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Experimental: ingembrado
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Nomadismo: rodízio, andar léguas tiranas
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Potência: ande tonha, espada
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Provocação: aí dentro
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Subjetivação: leriado, maior h
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Vigiar: pastorar
obs-

22 de maio de 2008

Verbetes


é só juntar as letrinhas e criar um rizoma qualquer, depois atribuir um significado



19 de maio de 2008

DESAFIOS DELEUZEANOS

cena video-dança arte, bioidentidades em evidência


Deleuze deixou vários desafios (sim, a cauda é longa) para os deleuzeanos, entre outros: a) busca incessante pelo acontecimento; b) as reais transfigurações de linhas de fugas desterritorializantes; c) a sedução midiática de corpos com órgãos; d) a captura e a emergência de diferenças e repetições; e) a constituição identitária dos sujeitos, a "bioidentidade" – o impressionante domínio da árvore em todo pensamento e fazer ocidental – ou seja, viver e conjugar o verbo rizomar.

Numa simples cena de vídeo-dança, identificamos a síntese de todos esses desafios, segue-se a análise baseada no modelo paradigmático do autor.

Observamos que esse funk, um acontecimento musical popular dançante, altamente rizomático, nunca visto por Deleuze, evidencia as diferenças e repetições existentes na sociedade contemporânea pós-modernéssima. Os movimentos dos dançarinos, inscritos num território delimitado (no caso, o quadrado) é negado diante da sedução midiática do ritmo musical. Os corpos com órgãos constroem linhas de fugas dos territórios demarcados, afetados pelo ritmo da música, mas principalmente pelas evidência de signos, figuras e eventos contemporâneos como o Saci, Claudinho Bochecha, Zidane, Cowboy, Matrix, Robinho, as olimpíadas Pan-americanas, Cicareli, o Sol, etc - uma verdadeira constelação de bio-identitidades, todos pertencentes a não-lugares. Assim, os paquitos em seus percalços, negam o metro como medida e preparam a aceitação de uma nova medida, gestando uma indefinição criadora, uma espécie muito particular de negatividade...


18 de maio de 2008

CAHIERS DU RIZOMÁ

Friedrich Wilhelm Nietzsche fagocitado em versão pop-arte rizomática


A inserção do pensamento rizomático no ideário contemporâneo é bastante questionável. Deleuze é considerado um nome (pelos deleuzeanos) na chamada pós-modernidade filosófica (!). Jogam dentro de um mesmo saco de gato epistemológico ‘desconstrucionista’ ou ‘pós-estruturalista’: Deleuze, Lyotard, Roland Barthes, Jacques Derrida, Jean Baudrillard, Michel Serres e Paul Virilio. Porém, acadêmicos norte-americanos, alemães e de outros mares, além França, negam essa pós-modernidade filosófica e ignoram o ideário do pensamento rizomático.

Como disse um grande poeta “só é possível filosofar em alemão”... o mestre do rizoma já sabia disso, tanto que as principais fontes de seu invencionismo rizomático (fagocitose teórica) foram os pensadores Nietzsche, Kant, Leibniz...

16 de maio de 2008

LUGAR EM TRÂNSITO



ERRAR É HUMANO, ACERTAR É DELEUZIANO.
(Zara)


OUTRAS INTERVENÇÕES

A Câmera-Olho continua. A desterritorialização, afecção deleuziana, utiliza, também, como valor de sustentabilidade conceitual a inexistência da autoria a partir da potência da imagem-autônoma. Nesse sentido, a obra de arte estabelece conexões rizomáticas como se fosse um corpo em trânsito ,ligando-se pelas afetações do devir. O cinema de Bolywoodiano se empodera da estética anti-construtivista de Tarkovsky , Osu, Sokúrov para construir um lugar habitado por anônimos - Algo que inveja até o Michael Jackson, X-man, a novela dos mutantes e os videomakers das videodanças.

15 de maio de 2008

INTERVENÇÕES RIZOMÁTICAS



Câmera-olho capta a vida sem mediações no México. Estamos diante de um evento nunca antes visto: Emos, Punks e Hare Krishnas, grupos altamente rizomáticos, encontram-se e exibem suas identidades tribais.

12 de maio de 2008

EXPEDIÇÃO GRAFITE A MISSÃO



Após a saída dos grafiteiros, Matheus, pintor de letreiros e sobralense, fez seu próprio grafite com uma tinta acrílica importada, ainda desconhecida dos invasores. Pintou esta cena medieval da experiência: (ordem da esquerda para direita)

1. Matheus ao telefone falando com um candidato à prefeitura nas próximas eleições municipais. Ele quer apagar as intervenções com as propagandas do candidato, utilizando a tal tinta acrílica... Fazer uma espécie rizoma de cobertura...

2. D. Maria, sentada, cedeu o muro de sua casa para expedição... Está arrependida...

3. Homem Vitruviano e sobralense foi pego de surpresa. Agora ele protege o que lhe restou... De consciência...

4. Sujeito ligando para sogra... Para fazer uma viagem ao não lugar...

5. Um grafiteiro deleuziano da expedição...

6. O responsável por este post após ler o post da Zara...

EXPEDIÇÃO GRAFITE E OUTRAS MISSÕES


grafite londrino expressa aspectos da missão "Sobral para o mundo"


grafite revela o sentido de missões anônimas

Moradores de casas pintadas com tintas d’ água conheceram outras texturas. Graças as cores em acrílico e neon de latas de spray de grafiteiros que circulam em galerias de São Paulo, Espanha, Alemanha, Estados Unidos. Agora eles enfeitam as paredes de lugares inóspitos do Nordeste.

Sim, a missão civilizadora de nômades artistas continua!

Como informa a revista Cult, grafiteiros deixam seus traços em Pernambuco, Bahia, entre outros lugares “esquecidos” (por quem mesmo?) da região.

"Foi mágico chegar em um lugar onde não existe grafite, nem uma simples pixação, nada! Todas as casinhas limpas e coloridas e a gente com aquela sede de pintar".(grafiteiro)

Na revista, um dos artistas diz o que o encantou:

"Fiquei fascinado com aquelas casas feitas com uma técnica praticamente medieval..."(o artista teria levado a modernidade à região com seus jatos de tinta? )

Outras missões

Nada contra a genial arte de grafitagem. Aliás, recentemente um grupo de artistas de rua da Bahia viajou à Europa em missão de intercâmbio e troca de experiências artísticas.

Já o Ceará, sempre na vanguarda dos tempos, inaugurou outro tipo de missão. De Sobral para o mundo, o governador e seus assessores participaram na Europa de eventos em busca de investimentos para o esquecido estado. O ineditismo ficou por conta da intervenção de um personagem up to date, a sogra do governador que certamente fez uso de investimentos públicos do Ceará além-mar. A intervenção tirou do anonimato a sogra e a cafetinagem da política made in Sobral, um lugar não-mais-esquecido da região.

E assim, o mundo se desterritorializa em missões civilizadoras, no mínimo divertidas...





6 de maio de 2008

VIBRAÇÕES ENTRE PORCOS E ARANHAS

primeira conexão entre o porco e o homem-aranha

Uma cena especial de um filme tem me chamado a atenção, particularmente pelo entrecruzamento das várias leituras realizadas em ambiente de rede. Como ensinam Deleuze e Guattari "todo ambiente é vibratório", destaco assim a vibração presente na abordagem imagem-afecção e na invenção de novos gestos sugeridas a partir de um bicho de estimação, no caso um porco-aranha.

A re-invenção do porco-aranha: a síntese de um porco (animal terrestre, mamífero) uma aranha (animal artrópode) e uma trilha musical do personagem de Stan Lee e Steve Ditko, o Homem Aranha (Marvel Comics).

Uma re-invenção dentro da multiplicidade vivida pois, ao mesmo tempo em que o Porco-aranha do filme simboliza outros signos cristalinos da Marvel - o original Porco-Aranha criado por Tom de Falco e Mark Armstrong, uma paródia do Homem-aranha, claro - e para além disso, uma re-criação de um ícone pop que segue no sentido de des-criar o real, de resistir ao fato que lá está, impedindo que o medium desapareça naquilo que nos dá a ver, nesse movimento que vai da coisa representada à sua representação.

De sua performance gráfica original publicada em suporte impresso (em 17 raras revistas) às suas atuais aparições na cena mídia-arte, um plano de reflexão concentra-se e se expande em torno da questão “o que é uma imagem-afecção em ambiente vibratório de rede?”

Mesmo estando o Porco-Aranha do filme inserido em um não-lugar de passagem peculiar aos animais de estimação - lembro que essa é uma obra de ficção, de estética diferenciada como pode-se observar também na genial e premiada película italiana Porcos com asas - toda a meditação suscitada no momento de sua fruição acompanha uma crítica permanente, uma desmontagem das redes de discurso e significação que investem as imagens nos seus diferentes modos de aparecer.

Enfim, essa narrativa fílmica pode nos proporcionar diversas e possíveis matizes de leituras sobre a permanência desses animais que habitam o planeta e que também sobrevoam a nossa a cultura cinematográfica contemporânea.

a conferir em um lugar de passagem mais próximo desse blog, também em versão original.

sugestões rizomáticas:

na música: CD Animals (Pink Floyd), faixa Pigs;

na literatura: Porci con le ali - Lidia Ravera e Marco Radice;

para ler e esquecer: Cinema 1 - A imagem em movimento e

Cinema 2 - A imagem-tempo (Gilles Deleuze)